URI retoma pesquisa da Cesta Básica em Santo Ângelo

7 de novembro de 2016

 

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A URI Santo Ângelo reimplantou, em agosto de 2016, o Projeto de Pesquisa Custo da Cesta Básica do município de Santo Ângelo, realizado durante muitos anos, até 2010. Coordenado pela professora doutora Lucélia Ivonete Juliani, tem a participação dos bolsistas Alexandre Neutz da Silveira Eich, Guilherme Maya, Leonardo da Silva Gayer e Gabriel da Rosa Lutchemeyer.

O custo da cesta básica é calculado atualmente em várias regiões do Rio Grande do Sul e do Brasil. Os valores apontados nas pesquisas balizam a variação de preços, para mais ou para menos.

De acordo com a professora Lucélia, “pesquisar o custo e a variação da cesta básica é pertinente uma vez que a população precisa estar informada dos preços dos produtos que consome durante o mês, pois parte significativa da renda do trabalhador está comprometida com itens de alimentação, higiene e limpeza”.

Por outro lado, os consumidores estão muito mais atentos com relação aos preços e suas oscilações, pois podem se preparar para esses aumentos e procurar novas alternativas de consumo, substituindo produtos ou até mesmo os locais de compra.

A relevância dessa pesquisa, observa Lucélia, também se encontra quando se constrói um indicador local, que vai conduzir consumidores a buscar melhores preços e ofertantes a competirem mais fortemente para poder baixarem os preços.

Para o desenvolvimento da pesquisa do Custo da Cesta Básica de Santo Ângelo foi necessária a adoção de uma Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), que o IEPE – Centro de Estudos e Pesquisa Econômicas da UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul elaborou e consolidou nos últimos anos. Essa pesquisa da UFRGS é muito semelhante a que o Instituto de Geografia e Estatística – IBGE aplica em algumas cidades do Brasil.

Nessa pesquisa foram selecionados 51 produtos que serão divididos em 9 grupos quais sejam: leite e derivados, carne e derivados, grãos e farináceos, açúcares e gorduras, hortigranjeiros, condimentos, materiais de higiene e de limpeza e artigos de uso geral, de acordo com a tabela 1.

A coleta de preços foi realizada na última semana dos meses de setembro e outubro de 2016, em cinco supermercados da cidade. De cada produto são coletadas quatro amostras e, ao final, é realizada a média do produto e a média dos supermercados.

No mês de outubro, o custo da cesta básica foi de R$ 744,82 resultando numa variação mensal de 0,62%, ou seja, os produtos da cesta aumentaram mais de meio por cento no mês.

Observe na tabela abaixo os produtos e quantidades que compõem a Cesta Básica da URI, assim como o preço unitário, o custo total e a variação mensal, para o mês de outubro de 2016.

Tabela 1: Custo da Cesta Básica do Município de Santo Ângelo de outubro de 2016.

Produtos Unidade Quantidade Preço Custo Variação
  de medida Mensal Unitário Total (%)
1 – Açúcar kg 6,20 3,82 23,71 4,33
2 – Alface 1,92 1,70 3,26 -13,71
3 – Arroz Agulha kg 8,18 4,02 32,85 17,38
4 – Banana kg 2,63 4,20 11,05 -12,55
5 – Bolacha Recheada 165g 8,74 2,04 17,84 -8,59
6 – Batata Inglesa kg 4,96 3,55 17,62 25,53
7 – Café 500g 1,45 11,88 17,22 8,38
8 – Carne Bovina kg 5,56 14,75 82,00 2,08
9 – Carne de Frango kg 7,27 7,23 52,59 7,11
10 – Cebola kg 1,00 1,84 1,84 8,49
11 – Cenoura kg 0,54 2,28 1,23 -10,24
12 – Achocolatado em Pó 400g 0,79 6,73 5,29 -4,48
13 – Cerveja 600ml 5,36 5,00 26,80 6,16
14 – Erva para Chimarrão kg 0,63 10,39 6,56 2,87
15 – Farinha de Trigo kg 4,74 2,84 13,49 1,42
16 – Feijão Preto kg 2,11 7,56 15,98 7,98
17 – Iogurte com Sabores 600g 1,57 4,83 7,56 -14,81
18 – Laranja kg 1,78 2,04 3,65 12,31
19 – Leite Longa Vida Integral 1l 14,67 2,86 42,02 -21,92
20 – Linguiça Fresca Embalada kg 0,22 15,39 3,41 1,33
21 – Maçã kg 0,95 8,58 8,18 25,29
22 – Maionese 500g 0,35 4,14 1,45 -8,99
23 – Mamão kg 0,74 5,47 4,07 14,21
24 – Margarina 500g 1,31 5,59 7,31 4,94
25 – Massa com Ovos 500g 4,83 3,36 16,22 -2,54
26 – Massa de Tomate 350g 1,28 3,01 3,83 -6,52
27 – Óleo de Soja 900ml 3,84 3,71 14,23 -3,76
28 – Ovos de Granja dz 1,79 4,42 7,91 -21,99
29 – Pãezinhos kg 4,61 7,72 35,63 0,26
30 – Presunto Magro Fatiado kg 0,18 22,04 3,91 4,77
31 – Queijo Lanche/Mussarela kg 0,48 28,42 13,64 -7,14
32 – Refrigerante 2l 8,67 4,87 42,24 8,79
33 – Repolho kg 0,55 1,02 0,56 -44,07
34 – Sal kg 0,75 2,23 1,68 8,96
35 – Tomate kg 0,72 5,30 3,79 35,79
36 – Vinagre de Álcool 750ml 0,67 2,10 1,40 -10,44
37 – Absorvente 8un 0,62 5,14 3,16 7,10
38 – Desodorante Pessoal 90ml 0,57 12,10 6,86 -3,96
39 – Aparelho de Barbear 2un 0,31 7,63 2,36 -6,49
40 – Papel Higiênico 4x30m 2,80 4,28 11,97 -3,93
41 – Pasta Dental 90g 1,40 3,55 4,96 8,07
42 – Sabonete 90g 6,62 2,02 13,36 3,71
43 – Shampoo 350ml 1,75 7,89 13,82 5,38
44 – Alvejante 1l 0,91 2,90 2,63 0,00
45 – Amaciante de Roupa 2l 0,37 6,41 2,37 8,86
46 – Desinfetante 500ml 0,43 4,39 1,90 3,63
47 – Detergente Líquido para Louça 500ml 1,09 1,78 1,93 -7,12
48 – Sabão em barra 400g 1,92 2,55 4,89 -9,66
49 – Sabão em Pó kg 1,24 8,30 10,27 1,68
50 – Cigarro maço 8,15 8,44 68,75 0,00
51 – Gás de Cozinha 13kg 0,71 61,13 43,56 -0,90
TOTAL     355,88 744,82 0,62

Fonte: pesquisa realizada pelos autores em outubro de 2016.

Os produtos que apresentaram maior queda são em sua maioria hortifrutigranjeiros ou fazem parte do grupo de leite e derivados.

Tabela 2: Produtos que apresentaram maior queda no Custo da Cesta Básica de Santo Ângelo no mês de outubro de 2016.

Produtos (%)
33 – Repolho -44,07
28 – Ovos de Granja -21,99
19 – Leite Longa Vida Integral -21,92
17 – Iogurte com Sabores -14,81
2 – Alface -13,71
4 – Banana -12,55
36 – Vinagre de Álcool -10,44
11 – Cenoura -10,24

Fonte: pesquisa realizada pelos autores em outubro de 2016.

Já os produtos que mais subiram no mês de outubro foram:

Tabela 3: Produtos que apresentaram maior elevação no Custo da Cesta Básica de Santo Ângelo no mês de outubro de 2016.

Produtos (%)
35 – Tomate 35,79
6 – Batata Inglesa 25,53
21 – Maçã 25,29
3 – Arroz Agulha 17,38
23 – Mamão 14,21
18 – Laranja 12,31

Fonte: pesquisa realizada pelos autores em setembro e outubro de 2016.

Ao analisar os produtos que tiveram elevações altas, percebe-se que são, em sua maioria, hortifrutigranjeiros. Isso se deve muito à sazonalidade dos produtos. Itens que são ofertados em abundância em razão do período de safra, sofrem quedas altas e os produtos que estão na entressafra acabam por custar mais caro.