4 de novembro de 2025
Durante sessão da Câmara de Vereadores de Santo Ângelo, o acadêmico do curso de Direito da URI Santo Ângelo, André Golle, protagonizou um discurso impactante em defesa da maior participação da juventude na política. A atividade integra as ações da disciplina Projeto Integrador, Constituição e Democracia, ministrada pela professora Rosângela Angelin, e contou com a participação de seu grupo de trabalho, composto por mais seis estudantes.
Sob o tema “Os Jovens na Política”, escolhido pelo grupo, André trouxe reflexões importantes e um alerta sobre o afastamento da juventude dos espaços de poder, abordando as consequências desse desinteresse e chamando atenção para a necessidade urgente de renovação na política.
Em nome de sua geração, André destacou um fenômeno preocupante: muitos jovens estão abandonando a política, desiludidos pela crença de que ela é suja ou ineficaz. “Durante muito tempo, disseram para nós que política é perda de tempo, que não adianta se meter nisso. Mas eu quero dizer o contrário: a política tem o poder de mudar vidas, de criar leis e políticas públicas que trazem dignidade”, afirmou ele, reforçando a visão de que o afastamento dos jovens só contribui para o agravamento de problemas estruturais.
O acadêmico apresentou dados preocupantes sobre a representatividade jovem nas eleições de 2024, apontando que apenas entre 3% e 5% dos vereadores eleitos no Brasil tinham entre 18 e 29 anos, totalizando em média de 2.800 a 3.500 vereadores jovens entre mais de 57 mil eleitos. Nos cargos de prefeitos, o número é ainda mais reduzido — menos de 100 prefeitos jovens foram eleitos em todo o país.
Apesar de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter registrado um ligeiro rejuvenescimento nas Câmaras Municipais em relação a 2020, a idade média dos eleitos ainda gira em torno de 46 anos. “O poder local continua nas mãos de gerações mais velhas, enquanto os jovens ainda ocupam um espaço residual, mas isso pode e deve mudar”, ressaltou André.
A fala de André foi marcada por seu apelo à juventude para que deixe a passividade de lado e se aproxime da política como meio de transformação social. Ele destacou que ações políticas não devem se restringir às redes sociais, mas precisam alcançar os espaços de decisão. “Participar é o primeiro passo para mudar. Não adianta reclamar online e esperar que outros decidam por nós. A política é nossa ferramenta para transformar o mundo em que vivemos”, afirmou.
A atividade desempenhada na Câmara de Vereadores faz parte da disciplina Projeto Integrador, Constituição e Democracia, ministrada pela professora Rosângela Angelin, que tem como objetivo conectar os estudantes às questões práticas de participação e cidadania, incentivando o pensamento crítico e o engajamento em temas relevantes para a sociedade.
“Essas ações são fundamentais para que os acadêmicos vivenciem a aplicação prática do que aprendem em sala de aula, ao mesmo tempo em que refletem sobre o papel transformador de cada indivíduo na vida pública”, comenta a professora Rosângela.
Como parte do discurso, André também apresentou uma proposta concreta para esta Casa Legislativa: a realização de uma audiência pública, em 2025, com o tema “Os Jovens na Política”. A iniciativa tem como objetivo reunir toda a sociedade para dialogar sobre a importância da participação jovem nos processos democráticos, ampliando a conscientização e fortalecendo o debate sobre renovação política.
“Se a gente quer um futuro diferente, é agora que ele começa — com coragem, com presença e com a força da juventude missioneira!”, finalizou André, com uma mensagem de otimismo e convocação.

