Ministra da Agricultura reúne-se com lideranças rurais na URI Santo Ângelo para ouvir demandas em virtude da estiagem no RS

12 de janeiro de 2022

A estiagem que assola diferentes regiões do Rio Grande do Sul trouxe a Santo Ângelo na quarta-feira, 12, a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.

Após visitar uma propriedade rural em Buriti, a ministra reuniu-se na URI Santo Ângelo com representantes de órgãos e entidades ligados ao meio rural, além de prefeitos, parlamentares federais, estaduais e municipais, com o objetivo de receber relatório da situação e demandas que buscam minimizar ou solucionar os problemas decorrentes da seca.

Coube ao diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, apresentar os dados registrados até dia 7 de janeiro em 420 municípios gaúchos, entre os quais, 195 mil famílias/propriedades atingidas, mais de 10 mil famílias com dificuldades de acesso à água, 262 mil atividades atingidas, 45% a 65% de perdas nas lavouras, em alguns municípios até 100%, sendo o milho a cultura de maior impacto. A lavoura de soja tem de 25% a 45% de perdas; o feijão, acima de 50%; 60% de perdas em pastagens cultivadas e o leite, deixa de recolher mais de um milhão e 600 mil litros por dia.

Na sequência, manifestaram-se representantes da Fecoagro, Fetag, Farsul, Famurs, Aprosoja e o vice-governador Ranolfo Vieira Junior, além do prefeito em exercício de Santo Ângelo, Volnei Teixeira, que deu as boas-vindas à ministra e comitiva.

As manifestações deixaram claro que as soluções necessárias são de caráter político e entre as demandas, estão medidas emergenciais e estruturantes. Foram registrados pedidos para renegociação de dívidas, investimento em irrigação, captação e retenção de água da chuva, já que em tempos normais chove o suficiente no estado, reordenamento jurídico que reduza a burocracia, entre outros.

O vice-governador, em sua fala, elencou projetos e ações do governo gaúcho que objetivam combater ou minimizar os efeitos de estiagens.

Em sua manifestação, a ministra Tereza Cristina disse que a Emater é uma bússola e o trabalho das Federações auxilia muito o governo. “Vim aqui com uma equipe de peso- Conab, Embrapa, Secretaria de Políticas Agrícolas, Banco Central, Ministério da Economia,  a secretária estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural Silvana Covatti, para que possamos elaborar políticas que respondam às necessidades. A legislação impede muitas ações e também deve haver mudança cultural em relação à construção de açudes”.

“Viemos aqui para ouvir, não para trazer soluções, concluiu a ministra, afirmando que “agora, vamos avaliar as informações recebidas, para definir as ações. Levo reflexões, anotações e em breve, a equipe montada com esse fim, deve encaminhar definições para curto, médio e longo prazo”.

Tereza Cristina solicitou ainda intervenções por parte da Embrapa, para  falar sobre alternativas de culturas, tendo em vista a realidade climática da Região, e de órgão que abordou seguro rural.

A ministra recebeu da URI Santo Ângelo, exemplares de livros produzidos por professores e estudantes, resultantes de pesquisas sobre doenças da soja e análise da qualidade do leite.