Professora da URI retorna de doutorado na Europa

8 de agosto de 2017

 

A Escola de Educação Básica e a graduação da URI Santo Ângelo acolheram no início de agosto, a professora Candida Aparecida Machado, que retornou de Portugal, após três anos de doutoramento em Ensino das Ciências – ramo Ensino da Física, realizado na Universidade de Coimbra, por meio do Programa Ciência sem Fronteiras.

Licenciada em Matemática, com habilitação em Física, Candida tem Mestrado em Ensino Científico e Tecnológico, realizado na URI, “onde despertou meu interesse em aprofundar mais os conhecimentos. Era muito grande a angústia de querer fazer o aluno aprender, independente do uso de tecnologias, que ajudam muito, mas não são essenciais”. Além das aulas assistidas, pesquisas, leituras e publicações, a professora participou de aulas no Ensino Médio durante dois anos.

Na URI, Candida leciona Física no 1º e 2º anos do Ensino Médio, Matemática e Estatística em cursos de graduação.

Ao fazer uma avaliação de sua experiência, a professora revela: “a pessoa que eu era não é mais a mesma. Mudou muito meu olhar e sou uma profissional diferente. A convivência com diferentes áreas de investigação e com pesquisadores de diversas partes do mundo, assim como minha presença em sala de aula por dois anos, foi tudo muito intenso”.

Segundo ela, a política educacional em Portugal está acima do poder político-partidário e não há diferença, nos resultados, entre a educação pública e a privada, ministradas em turno integral. “O ensino é bem mais tradicional que aqui. O plano do Ensino Médio para Física é diferente, mas a metodologia e o conteúdo são semelhantes aos do Brasil. Quanto aos adolescentes e jovens, demonstram maturidade e são muito comprometidos, fruto da autonomia de estudo, estimulada desde o primeiro ano, na infância. Eles são orientados a pesquisar desde pequenos e os conteúdos são bem mais aprofundados”.

Candida observa que a indisciplina é observada da mesma forma na adolescência, “mas os interesses são diferentes. Além de uma ocupação bem menor com o celular, os alunos discutem muito as questões da própria escola e se planejam bastante para os intercâmbios internacionais, que são muito comuns em toda a Europa”.

Quanto à convivência de modo geral, a professora destaca que o povo português é muito educado e a questão da língua não é problema, pois em cursos e congressos, o uso do Inglês é o mais comum.

Ao retomar as atividades docentes, Candida diz que recomeça com um novo olhar, com uso de novas metodologias para o Ensino da Física e um novo paradigma em relação aos alunos. “A maneira como eu ensinava não estava errada, mas depois de conviver dois anos com alunos que buscam ‘sugar’ o máximo do professor, agora eu quero despertar nos meus alunos brasileiros o desejo de buscarem muito mais”.

Durante o curso de Doutorado, Candida participou de Congresso Mundial do Ensino de Física em São Paulo, além de encontros da área em Portugal e publicou trabalhos na Itália e em Portugal.