Quer viajar sem sair de casa? Leia um livro.

20 de abril de 2022

  “Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever – inclusive a sua própria história. ” (Bill Gates)

A leitura estimula o raciocínio, melhora o vocabulário, aprimora a capacidade interpretativa, além de proporcionar um conhecimento amplo e diversificado sobre vários assuntos. Ler desenvolve a criatividade, a imaginação, a comunicação, o senso crítico, e amplia a habilidade na escrita.

Em 23 de abril comemora-se o dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. A data foi escolhida por ser a da morte de três grandes escritores: William Shakespeare, Miguel de Cervantes, e Inca Garcilaso de la Vega.

A importância da leitura para o desenvolvimento do ser humano é fundamental, pois é através dela que somos capazes de ler e conhecer a história do mundo.

Segundo o médico Dráuzio Varela, o ato de ler estimula diversas áreas do cérebro humano, sendo um dos mais completos exercícios.

Com o avanço tecnológico, novos métodos de leitura foram adicionados aos antigos, como os livros digitais. Lidos em celulares, tablete e computadores, atraem de forma considerável os jovens, a geração que já nasceu imersa no universo tecnológico.

A BIBLIOTECA DA URI

A Biblioteca Central da URI Santo Ângelo é universitária, ou seja, a maior parte do acervo de 150 mil exemplares é composta por títulos relativos aos cursos oferecidos. Em constante atualização, o setor mantém ainda variedade de gêneros literários e acesso à Biblioteca Digital, da qual a Universidade é assinante.

O prédio abriga também o Centro de Cultura Missioneira, considerado um dos maiores acervos sobre a cultura Rio-grandense e Missioneira no Sul do país, e a Cátedra Luis Alberto Warat.

UMA GRANDE LEITORA

“Ler é viajar. Eu nunca estive na Bahia, mas de tanto ler Jorge Amado, conheço bastante a região”.

Esta, é a Corneli Boness, funcionária dos cursos de Engenharia da URI Santo Ângelo há 32 anos e, comprovadamente, uma das pessoas que mais retira livros de literatura na Biblioteca Central da Universidade.

“Desde os 12 anos, quando ganhei meu primeiro livro de um padrinho, “Meu pé de laranja lima”, nunca mais parei de ler. Antes eu já pegava livrinhos de história infantil na Biblioteca da escola. Minha mãe dizia que eu parecia com um tio dela, que nos anos 20 viajava a cavalo visitando conhecidos que gostavam de ler, para trocar livros”.

Corneli conta que na sua família havia muitos livros, todos escritos em Alemão. “Mas como descendentes de alemães, houve uma época em que era perigoso. Então eles enterraram tudo e quando desenterraram, estava completamente estragado. Só sobrou uma Bíblia que guardaram numa lata”.

Leitora permanente da Biblioteca da URI e já tendo lido todo o acervo da Biblioteca do SESC de Santo Ângelo, Corneli tem seus hábitos: lê à noite quando retorna do trabalho e aos domingos pela manhã. “Com carência de visão no olho direito, só posso ler impressos em papel branco, e lembro que a época da minha graduação em Pedagogia foi de muita leitura, pois os professores exigiam bastante”.

Ao invés de títulos, Corneli prefere citar seus autores prediletos: “No Rio Grande do Sul, Érico Veríssimo. Em nível de Brasil, Jorge Amado e entre os estrangeiros, o alemão Heinz Konsalik, que escreve romances baseados em fatos históricos, com rica descrição de lugares. E não gosto de ver filmes que se basearam em obras literárias, porque não aceito alteração de personagens. Já convivi e viajei com eles no livro, e dependendo dos atores ou da direção, no filme vai mudar alguma coisa”.

Corneli diz não acreditar que as pessoas deixem de ler, como às vezes se apregoa. “Acredito que o livro não vai morrer, mas precisa de bastante trabalho, tanto em casa como na escola. Convivo com muita gente que lê, inclusive crianças e adolescentes. Creio que o gostar de ler está na família, com exemplo e incentivo”.

Os três livros retirados por último na Biblioteca (foto) destinam-se à releitura!