20 de outubro de 2016
A área de Ciências Humanas da URI Santo Ângelo, o Mestrado de Ensino Científico e Tecnológico e os cursos de Licenciatura promoveram, em parceria com o SINPRO/RS um debate sobre a Medida Provisória (MP) 746/2016, que trata da Reforma do Ensino Médio. A mesa redonda foi realizada nesta terça-feira (18), e discutiu as propostas do projeto e interesses na aplicação.
“É uma discussão importante para compreender quais são os impactos desta medida”, destaca a professora Lizete Piber, coordenadora da área de Ciências Humanas e mediadora do debate. A mesa redonda teve participação de representantes da URI, SINPRO/RS e IFFar.
Para a professora Naíma Marmitt Wadi, representante do SINPRO no Conselho Estadual de Educação, apresentou uma nota pública do Sindicato, que repudia a Medida Provisória. Para ela, uma política desta importância não pode ser substituída de maneira tão brusca. “Está sendo realizado um descarte de áreas essenciais para o desenvolvimento humano. É preciso entender a docência como uma ação educativa, envolvendo conhecimentos específicos. Esta proposta desvaloriza a classe”, aponta.
“A disciplina de Seminário Integrado prepara o estudante para as responsabilidades do mundo do trabalho”, afirma a professora Eliena Maria Garlet, do curso de Pedagogia da URI Santo Ângelo, criticando o posicionamento da Medida Provisória. Ela ainda afirmou que o Ensino Médio Politécnico vem trazendo bons resultados, apesar de ainda estar em fase experimental, aplicado em apenas alguns estados.
O professor Cênio Back Weyh, do Mestrado em Ensino Científico e Tecnológico trouxe o texto da MP. Ele destacou os pressupostos apresentados, bem como as 25 razões incluídas na proposta, fazendo uma análise dos principais pontos.
O professor Leandro Daronco, do Instituto Federal Farroupilha, ressalta que ser educador é um processo largo, difícil e gradual: “Me preocupa a proposta de um novo modelo de ensino para viabilizar a reforma de 26 redes estaduais, uma rede federal e uma infinidade de redes particulares desta maneira”. Ele ainda criticou o parco auxílio oferecido, que contempla apenas quatro anos. “Depois, o que mais me preocupa é de onde vai sair o capital humano e a infraestrutura”, destaca.