7 de novembro de 2016
Uma palestra realizada na URI Santo Ângelo nesta sexta-feira (4) trouxe uma análise das imagens de corpo e gênero da pintora mexicana Frida Kahlo. A atividade foi promovida pelo Grupo de Estudos Violência de Gênero (DCH), coordenado pela professora Lizete Dieguez Piber, pelo Grupo de Pesquisa “Direitos de Minorias, Movimentos Sociais e Políticas Públicas” e pelo Projeto de Extensão “O lugar das mulheres na sociedade” (DCSA), coordenados pela professora Rosângela Angelin.
Ministrada pelo professor doutor Odailso Berté, da UFSM – Universidade Federal de Santa Maria, a palestra trouxe reflexões sobre as relações dos sujeitos com as imagens. Inicialmente, as organizadoras promoveram um desfile, relatando a história da pintora. “Falar sobre Frida é um estudo da cultura visual. Ela nos remete a uma mulher, deficiente física, latino-americana, bissexual, professora de arte, militante comunista e artista visual”, relata Odailso. Para ele, a imagem é como um artefato cultural: “O que eu penso sobre as imagens e o tipo de ação cultural que eu crio em cima disso, meus relacionamentos com as imagens, através da minha percepção são características únicas de cada indivíduo”.
Odailso utilizou a imagem de Frida Kahlo para analisar como se constroem os padrões de uso do corpo para transmitir mensagens. Usando obras da pintora, ele mostrou como o corpo pode ser utilizado como mídia, um elemento para transformar o mundo. “Nós recebemos informação através de nossos corpos, consumimos esta informação e as reconstruímos à nossa maneira. A gente transforma em corpo todas as informações que recebemos”, aponta o professor.
Conforme Berté, Frida é a mídia de sua própria história, usando a si mesma como ferramenta para demonstrar sua identidade visual: “É quase impossível dissociar Frida Kahlo de seus quadros. Ela usa até sua vestimenta para se reconhecer e ser reconhecida como mulher, indígena e mexicana”.
No evento, também aconteceu o lançamento do livro “Dança Contempop: corpos, afetos e imagens (mo)vendo-se”, de autoria de Odailso e publicado em 2015 pela Editora da UFSM. Através de uma escrita autobiográfica e narrativa, nesta obra Berté faz um cruzamento entre as áreas da dança e da cultura visual, refletindo sobre corpo, cultura das imagens, arte, gênero e educação, analisando a artista Frida Kahlo como uma de suas musas inspiradoras.
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