CURSO DE DIREITO E PPGD DA URI REALIZA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E VISITA TÉCNICA À ALDEIA GUARANI TEKOA PYAU

3 de julho de 2024

 

Em uma iniciativa que visa promover a integração cultural e o aprofundamento acadêmico, o Programa de Mestrado e Doutorado em Direito e a turma da disciplina de “Direito e Diversidade Cultural” do Curso de Direito da URI, sob a orientação da professora Dra. Rosângela Angelin, realizou uma atividade de extensão universitária e visita técnica à Aldeia Guarani Tekoa Pyau, localizada no distrito de Ressaca Buriti, interior do município de Santo Ângelo.

A atividade também fez parte dos projetos de pesquisa “Movimentos sociais e direitos humanos nas sociedades democráticas: olhares voltados para a complexidade do Estado e de vulnerabilidades sociais”, coordenado pela professora Rosângela, e “Constituição, igualdade e diversidade: o constitucionalismo democrático como espaço de inclusão de grupos vulneráveis”, coordenado pelo professor Dr. Osmar Veronese. O Doutorando Edemir Braga Dias, que estuda a temática indígena em sua tese, também esteve presente.

A recepção na aldeia foi conduzida por Anildo Romeu, ex-cacique e atual professor da escola local, e pela nova cacique, Miguelina Romeu.

Anildo destacou a importância das mulheres na tribo, afirmando que é comum ter mulheres como caciques. Ele também explicou a relação próxima da aldeia com o meio ambiente, o cuidado coletivo das crianças, os aconselhamentos familiares para o respeito mútuo, a preservação da cultura através da manutenção do idioma guarani, e a importância do cumprimento das normas dentro da aldeia.

O ex-cacique Anildo Romeu, ressaltou que as crianças guarani raramente saem da aldeia, onde recebem educação e aconselhamentos familiares. Elas têm a oportunidade de estudar em uma escola trilíngue (guarani, português e espanhol), com professores indígenas e não indígenas. A visita proporcionou uma rica interação cultural, destacando a distinção entre a cultura Mbya Guarani e outras culturas indígenas, como a Kaingang.

A professora Rosângela Angelin enfatizou a relevância dessa experiência para os estudantes: “Para compreender melhor as realidades diferentes das que estamos acostumados/as, é fundamental que possamos vivenciá-las mais de perto. Estudar os povos indígenas nos bancos acadêmicos é importante. Esses povos são os povos originários do nosso continente e precisamos conhecê-los, deixando de lado o olhar colonizador. Ir até o seu habitat é uma possibilidade que auxilia na compreensão e interação cultural. Agradecemos a simpática acolhida da Aldeia Indígena Guarani Tekoa Pyau”.

A visita técnica e a atividade de extensão universitária foram fundamentais para ampliar o conhecimento dos estudantes sobre a diversidade cultural e os direitos dos povos indígenas, promovendo uma compreensão mais profunda e respeitosa das diferentes realidades sociais e culturais do Brasil.