Graduação em Direito visita instituições do sistema prisional em Porto Alegre

24 de junho de 2019

O Curso de Graduação em Direito da URI, por meio do Núcleo de Prática Jurídica e do Projeto de Extensão desenvolvido no Presídio Regional de Santo Ângelo, realizou viagem de estudos a Porto Alegre, dia 14 de junho.

O grupo de 22 universitários, sob a coordenação da professora Charlise Gimenez, participou do Projeto ArtInclusão, desenvolvido por Aloizio Pederson, no Instituto Psiquiátrico Forense de Porto Alegre. Trata-se de um atelier de pintura realizado com os internos do Instituto, os quais se aprofundam na pintura, recebendo a instrumentalização necessária e uma experiência para uma efetiva criação e exposição de arte, com possibilidade de venda e direcionamento da verba integral para os autores das obras comercializadas.

Na oportunidade, universitários e professora estiveram integrados com os internos, conheceram a exposição de arte das obras produzidas pelo projeto e pintaram um painel, o qual já conta com a participação de duas instituições de ensino. A proposta consiste em desmistificar a medida de segurança e resgatar a dignidade e a cidadania dos internos do IPF por meio da sua inclusão pela arte e da interação com estudantes.

A acadêmica Silvia Gressler, do nono semestre, relata: “dividimos o mesmo espaço com seres humanos que conseguiram, apesar das barreiras e das dificuldades que enfrentam, se identificarem e expressarem seus sentimentos por meio da pintura”.

Foi realizada ainda visita à Cadeia Pública de Porto Alegre, antigo Presídio Central, maior estabelecimento prisional da América Latina, para conhecimento da realidade carcerária, seu funcionamento, organização e infraestrutura, além de projetos realizados com os presos, como o Luz no Cárcere, cujo objetivo é recuperar o preso dependente químico.

Silvia comenta: “a CPP (antigo Presídio Central), foi outro espaço que visitamos e muito nos surpreendeu. Fomos tomados por um misto de sentimentos como o medo, a angústia, a curiosidade e, também, a surpresa porque lá, apesar de tudo, também é possível encontrar espaços que refletem e proporcionam esperança para algumas pessoas. A escola, os ateliers de arte, a galeria que oferece a possibilidade de tratamento para a drogadição, são exemplos disso”.

Fazendo uma avaliação da visita, a acadêmica do 10º semestre, Kelen Torres reflete que “aquele que escolhe por meio da educação ou da arte aderir aos programas e oportunidades oferecidas, terá certamente maiores possibilidades de reintegração na sociedade após o cumprimento da pena”.

Silvia observa ainda que “a URI, enquanto instituição de ensino, ao longo dos nossos 4 anos e meio de curso, proporcionou-nos experiências que livro algum é capaz de proporcionar. Além da excelência do ensino que nos é oferecida, a forma humanizada como esse ensino é aplicado é, sem dúvida, o grande diferencial dessa Universidade. O Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire, já dizia que “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”.