A PERMANÊNCIA DO TRABALHO ESCRAVO NO SETOR DA PRODUÇÃO DE ROUPAS NO BRASIL NO SÉCULO XXI
DA MODA DA ESCRAVIDÃO À ESCRAVIDÃO NA MODA
DOI:
https://doi.org/10.20912/rdc.v15i36.29Resumo
Considerando-se que a cultura demora anos para sofrer modificações, é possível notar que diversas características permanecem na sociedade, mesmo sendo consideradas de concepções aparentemente já ultrapassadas. Neste sentido, o presente texto reporta a análise dos diferentes aspectos pelos quais o trabalho escravo tem passado ao longo dos anos no Brasil. Foram tecidas relações entre os conceitos moda, trabalho escravo e lei, fazendo-se sucinta análise do formato em que se desenvolvia tal prática na época da colonização e séculos seguintes, para posteriormente ser apresentado o atual formato no qual é observado o trabalho escravo no país, comumente denominado “análogo ao escravo”. Discorreram-se sobre os impactos que as medidas nacionais e internacionais de prevenção e combate a tal prática na sociedade. Na sequência foram apresentados casos julgados recentes no Brasil, os quais culminaram na condenação de grandes marcas dos seguimentos da moda e têxtil. A fim de comparar o teor dos referidos julgados, utilizou-se o recurso world clouds. Concluiu-se que as decisões apresentam similaridades, tanto em relação ao perfil dos envolvidos e à prática do trabalho análogo ao escravo per si, quanto em relação ao fato de que nas três permeiam a negativa de envolvimento das renomadas marcas.