DIVISÃO SEXUAL DA PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NO CAPITALISMO DA ERA DIGITAL
A LÓGICA DA SUBVALORIZAÇÃO DO TRABALHO DE DOMÉSTICAS EM PLATAFORMAS TECNOLÓGICAS
DOI:
https://doi.org/10.31512/rdj.v22i42.112Palavras-chave:
Divisão sexual do trabalho; Precarização; Economia compartilhadaResumo
O presente artigo investiga a divisão sexual das ocupações no trabalho doméstico remunerado realizado por meio de aplicativos. A pesquisa é orientada por uma perspectiva feminista embasada, principalmente, no conceito de divisão sexual da precarização do trabalho de Helena Hirata, revisitando a crítica da segunda onda do feminismo. Intenta-se demonstrar que a exploração das trabalhadoras domésticas por meio das plataformas tecnológicas agrava os problemas de gênero, classe e raça dessa categoria ocupacional, dando novos contornos à precarização do trabalho da mulher. Para tanto, analisa, de modo geral, o trabalho realizado em plataformas digitais online e por aplicativos a fim de compreender a natureza jurídica das relações de trabalho estabelecidas por meio dessas tecnologias. Essa análise, realizada a partir de levantamento bibliográfico sobre o tema, permite desvelar a precarização do trabalho humano inerente ao discurso que considera, indistintamente, a exploração do trabalho por esses meios tecnológicos como parte da economia compartilhada. Em seguida a investigação é direcionada à relação de trabalho doméstico para, a partir da análise de dados apresentados em relatórios sobre essa categoria profissional no Brasil, expor suas principais características na estrutura ocupacional que permitem identificar a lógica da divisão sexual do trabalho. Como resultado, verifica-se que a oferta de trabalho doméstico nas plataformas de aplicativos, além de confirmar a tese de formação de um precariado digital, permite afirmar que a questão da discriminação do trabalho da mulher, imbricada com questões de classe e raça, é agravada, ao replicar e expandir a lógica da divisão sexual do trabalho.
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