O SOCIAL E O POLÍTICO EM “REFLEXÕES SOBRE LITTLE ROCK”
O QUE HANNAH ARENDT NÃO PERCEBEU
DOI:
https://doi.org/10.31512/rdj.v23i47.1025Palavras-chave:
Hannah Arendt, Segregação racial, Educação, Sociedade, Direito e PolíticaResumo
O presente artigo analisa o ensaio Reflexões sobre Little Rock, de Hannah Arendt, escrito no qual a filósofa alemã apresenta críticas à política de dessegregação racial forçada nas escolas dos Estados Unidos, considerando a decisão da Suprema Corte no caso Brown v. Board of Education. Após expor os argumentos de Hannah Arendt, são apresentadas três críticas ao seu ensaio. A primeira, elaborada por James Bohman, ressalta a real condição social e política da comunidade afro-americana, que teria sido ignorada por Arendt. A segunda, feita por Seyla Benhabib, tem por foco a supervalorização do social, em detrimento do político, na reflexão arendtiana sobre o papel das escolas públicas. A terceira tem por base a concepção de discriminação apresentada por Arendt, salientando os equívocos feitos pela autora ao equiparar a separação de negros e brancos nas escolas públicas e eventual separação entre judeus e não-judeus em clubes recreativos e hotéis. Conclui-se que, apesar das críticas, a distinção entre o social e o político no pensamento de Hannah Arendt demonstra que o poder público, por meio da legislação ou de decisões judiciais, será muitas vezes incapaz de promover mudanças em hábitos e costumes arraigados na sociedade.
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