EMERGÊNCIAS SANITÁRIAS E AMBIENTAIS: A MICROCEFALIA ASSOCIADA A EPIDEMIA ZIKA VÍRUS SOB A ÓTICA DE EPISTEMOLOGIAS ECOLÓGICAS

Resumo

Este texto analisa os efeitos produzidos pelo cruzamento da Covid-19 com o Zika vírus em Caetité-Bahia. A partir de análise de dados de plataformas digitais no período 2020-2021, mapeou-se as consequências deste cruzamento para grupos sociais marginalizados. Na pandemia da Covid-19, mulheres e crianças afetadas pelo Zika vírus enfrentaram uma série de dificuldades com consequências epidemiológicas, políticas, econômicas e psicossociais. A epidemia colocou na mira dos holofotes, a angustia, a dor e o medo de mulheres, pobres e negras em sua maioria, que tiveram suas vidas drasticamente afetadas pela crise sanitária. A pandemia do novo Coronavírus no Brasil chegou em uma continuidade dos casos de Zika, com um silenciamento persistente não só da continuidade ao risco, mas também da sobrevida dessas crianças e mulheres. O Zika vírus evidenciou a pobreza existente no nordeste do Brasil, tocando no cerne das desigualdades causadas pelas condições insalubres de vida, pela falta de saneamento básico e condições adequadas de moradia, marcando a sua geografia, raça e classe.