Pesquisa da URI será referência para o cultivo de soja

26 de fevereiro de 2021

De acordo com a EMBRAPA (safra 2019/20), o Brasil é o maior produtor mundial de soja – 124, 845 milhões de toneladas, seguido dos Estados Unidos – 96,676 milhões de toneladas.

Constituindo-se uma das principais commodities (produtos que funcionam como matéria prima) mundiais, desempenha papel fundamental na economia, com os grãos sendo utilizados na alimentação humana, na produção de farelo, óleo, além do biodiesel. É a principal cultura do agronegócio brasileiro.

Neste contexto, imagine-se a importância que adquirem a pesquisa, as informações, os dados e a orientação a respeito do cultivo de soja.

Na área experimental “Inovação e Tecnologia” do curso de Agronomia da URI Santo Ângelo está em desenvolvimento um Centro de Geração de Informações para as Missões, no que se refere à soja.

Sob a coordenação dos professores Marcelo Gripa Madalosso, doutor em Tecnologia de Aplicação e Fitopatologia, e Juliano Farias, doutor em Entomologia, ambos coordenadores do Grupo de Proteção de Plantas/URI Santo Ângelo, um grupo de estudantes de Agronomia da URI, câmpus de Santo Ângelo e de Santiago, realizam pesquisa de novas ferramentas para controle de doenças em soja.

SINGULARIDADE REGIONAL

“Nosso objetivo é auxiliar o produtor a utilizar a melhor estratégia de manejo, de cultivares, de tecnologia de aplicação, para atingir o máximo de resultado na sua lavoura”, diz Madalosso, observando que “na agricultura em geral e sobretudo na lavoura de soja, precisamos de informações desenvolvidas na própria região, pois a característica do solo é singular, a condição de altitude remete a uma condição de clima particular, a própria água, tudo é diferente e os dados que existem na Região do Planalto, por exemplo, não servem para as Missões ou para o Centro-Sul. Para a Região das Missões, praticamente não existem informações.”

“Queremos fazer aqui um Centro de Geração de Informações para as Missões e na medida que formos expandindo as pesquisas, podemos gerar esses dados para outras regiões”.

A PESQUISA

O grupo de professores e estudantes se reveza em tempo integral na área experimental, fazendo aplicações diurnas e noturnas, assim como monitoramento 24 horas.

A pesquisa inicia já com o tipo de água captada para fazer a calda de aplicação dos produtos. “A questão da água varia muito, não existem dados sobre isso e o produtor precisa da informação correta”, enfatiza Madalosso, afirmando que “a partir deste cenário, nos tornamos referência para a Região das Missões”.

APOIO E INTEGRAÇÃO

Os professores destacam o apoio da direção do Câmpus na URI Santo Ângelo, pois além do investimento na pesquisa, está agregando cada vez mais espaço físico. Este ano, o cultivo de soja acontece em 5ha e já há previsão de a área aumentar para 20ha em 2022.

Outro aspecto importante observado, é a integração entre os universitários de Agronomia dos Câmpus de Santo Ângelo e de Santiago, que além da tecnologia, desenvolvem o trabalho em equipe, o espírito de pesquisa, as relações interpessoais, hoje tão valorizadas em qualquer ambiente de trabalho.

Integrante do grupo de pesquisa e do Grupo de Proteção de Plantas, Camila Tenório, do 5º semestre na URI Santo Ângelo, comenta que “todos estes projetos nos fornecerão dados sobre a Região das Missões. Percorremos vários municípios aqui do entorno e não temos dados locais; ocupa-se o de outras regiões. Aproveito para salientar que todo o grupo de universitários é integrado por voluntários”.

Fabrício Chiarelo Dalenogare, do 7º semestre na URI Santiago, registra: “Estamos sempre em busca de resultados É importante estar participando desta integração com o pessoal da URI Santo Ângelo e também com a pesquisa de diferentes regiões do estado”.

O grupo que desenvolve a pesquisa é integrados pelos universitários Manuel Morin, Eduardo Argenta Steinhaus, Cassiano Coletto, Camila Tenório, Laura Ataide, Luiz Warpechowski, Luiz Braga e Pedro – todos da URI Santo Ângelo.

Da URI Santiago, participam os universitários Felipe Genro Disconzi, Leonardo Gollo, Cristiano Santos Bonato, Fabrício Chiarelo Dalenogare, Thiego Renz e Gabriel Roos.