Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista – ENCITEC

O ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UM OLHAR A PARTIR DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES AO DESENVOLVEREM O ENSINO POR INVESTIGAÇÃO COM UM CONTEÚDO DE QUÍMICA

MARIA PATRICIA RODRIGUES BAHIA — 2024-05-13

O ensino de Ciências, caracterizado pelo entendimento de fenômenos e conceitos importantes para o cotidiano dos estudantes, impõe a necessidade de atualização e aprofundamento constantes para que o professor possa desenvolver, nos alunos, a curiosidade e despertar o seu pensamento crítico, características comuns da Alfabetização Científica. Uma das formas de trabalhar essas habilidades é por meio do desenvolvimento de atividades relacionadas com conteúdos de química, desde os primeiros anos escolares, com abordagens que possam incentivar a curiosidade, interesse, levantamento de hipóteses, ideias e pensamentos, como é o Ensino por Investigação. Neste trabalho, temos como objetivo analisar o processo de validação de uma Sequência de Ensino Investigativo designada para o 4º ano do Ensino Fundamental, por meio de licenciandos em formação de uma universidade pública, com o intuito de identificarmos, onde estes observam os elementos da Alfabetização Científica que podem surgir nesse processo. Tomamos como base os indicadores propostos por Pizarro (2014). Os resultados revelaram a presença de indicadores, ressaltando a importância do Ensino por Investigação para a promoção da Alfabetização Científica nos estudantes e a relevância dos conteúdos de química na construção dos conhecimentos. A pesquisa contribui para o Ensino de Ciências, pois fornece evidências da eficácia da abordagem investigativa no desenvolvimento da Alfabetização Científica.

IMPACTO DO USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL DE ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Kiandro de Oliveira Gomes Neves — 2024-05-13

A relação entre aprendizagem e desenvolvimento é estreita, pois o desenvolvimento de habilidades e competências é influenciado por experiências educacionais distintas. As tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) são frequentemente utilizadas para facilitar a aprendizagem e contribuir diretamente para o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Este estudo teve como objetivo identificar as mudanças na Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) de alunos da educação básica, por meio da análise do desenvolvimento de uma abordagem pedagógica integrada com TDIC. A teoria do desenvolvimento cognitivo em zonas de Lev Vigotsky foi utilizada qualitativamente, e uma sequência didática, do tipo sala de aula invertida, foi desenvolvida com recursos midiáticos e de inteligência artificial para avaliar a influência dessas ferramentas na construção de conhecimentos em Biologia. Através de questionários estruturados, foi observado que as TDIC permitiram a transição de 41 alunos da ZDP para a Zona de Desenvolvimento Real (ZDR). No entanto, a apropriação tecnológica e a disponibilidade de recursos podem ser limitantes no processo de construção de conhecimento com TDIC. O uso de TDIC ajuda no desenvolvimento cognitivo em diferentes níveis, de acordo com a complexidade do objeto de conhecimento, destacando a necessidade do professor como mediador no processo de aprendizagem.

ROBÓTICA AUTÔNOMA MÓVEL NA PESQUISA DA PÓS-GRADUAÇÃO BRASILEIRA

Pedro Bruno Silva Lemos — 2024-05-13

O presente trabalho objetivou analisar, mediante revisão sistemática da literatura, a inserção da pesquisa sobre robótica autônoma móvel na pós-graduação brasileira, no decorrer do período entre os anos de 2012 e 2022. A revisão da literatura foi centrada na identificação de teses e dissertações na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) do Brasil. A partir da análise de setenta teses e dissertações, observou-se um aumento de trabalhos sobre a referida temática nos anos de 2013 e 2015. Ademais a revisão sistemática da literatura possibilitou identificar a discussão de temáticas relacionadas ao controle, a localização e a navegação de robôs e/ou automóveis autônomos. Além disso, notou-se que vinte e duas diferentes instituições têm contribuído com a pesquisa sobre robótica autônoma móvel na pós-graduação nacional (2012-2022). Por fim, evidenciou-se a tendência ao desenvolvimento de pesquisas sobre robótica autônoma móvel em programas da área de Ciência da Computação (19 trabalhos), da área de Engenharia Elétrica (13 trabalhos) e da área de Engenharia Mecânica (11 trabalhos). Inferiu-se que esse achado se relaciona à constituição da robótica como um campo de pesquisa interdisciplinar que engloba as tecnologias e os conhecimentos associados à elaboração e à construção de robôs.

USO DE SITE EM CURSOS ONLINE PARA MENSURAR A QUALIDADE DA FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE

Antonia Cláudia Prado Pinto — 2024-05-13

Este artigo constitui-se de um recorte da pesquisa de Dissertação de Mestrado, a qual tem como objetivo de refletir a usabilidade de um Produto Educacional (PE), bem como sua finalidade pedagógica. O trabalho tem por natureza uma abordagem qualitativa, porque o pesquisador propôs uma análise de um PE criado para avaliar cursos online para docentes. O PE avaliou um curso de formação online com 654 professores, a partir dos aspectos da ‘aprendizagem’, da ‘metodologia’, dos ‘materiais’, da ‘estrutura’, dos ‘recursos humanos’, da interação, dos ‘recursos tecnológicos’ e das avaliações. As reflexões feitas através do artigo apontam que um PE não tem somente o intuito de cumprir uma obrigatoriedade de programas de Pós-graduação, mas o sentido de ressignificar a prática pedagógica e contribuir na busca por cursos de qualidade para formação docente.

EXPERIMENTOS DE MAGNETISMO PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA NAS ÚLTIMAS DUAS DÉCADAS

Denise Lughi Medeiros Braga — 2024-05-13

Este trabalho propõe apresentar o Estado da Arte de publicações com atividades experimentais de Magnetismo na educação básica. As indagações centrais que nortearam esta pesquisa foram: Quais as principais atividades experimentais utilizadas/propostas para o ensino de Magnetismo para educação básica no Brasil? Como os temas relacionados ao Magnetismo são abordados em termos de frequência? Quais são o enfoque, a ênfase matemática e o direcionamento? Que outros elementos relevantes/inovadores trazem? O recorte escolhido foi publicações das últimas duas décadas (2003 a 2022) em periódicos da área de ensino de Ciência ou de Física com estratos A1, A2, A3 e A4 segundo o Qualis/Capes (2017 – 2020). Os artigos com foram classificados de acordo com temas do Magnetismo e analisadas suas características como ênfase matemática, direcionamento, enfoque e outros elementos. Foram classificados vinte e oito (28) trabalhos, predominantemente apresentando propostas experimentais que ainda não foram aplicadas em sala de aula, com foco na Lei de Faraday e adotando uma abordagem qualitativa de pesquisa. Identificou-se que alguns temas têm muitas publicações e outros possuem frequência reduzida. Uma característica positiva é que a grande maioria dos artigos apresenta experimentos de baixo custo, acessíveis, possibilitando a aplicação pelos demais docente.

EDITORIAL

João Carlos Krause — 2024-05-13

O TRÂNSITO COMO ELEMENTO DE ANCORAGEM PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

Luciano Luz Gonzaga — 2024-05-13

O presente trabalho é um produto educacional sob a forma de um Guia Digital Interativo, no qual apresenta conceitos de Biologia, Física e Química ancorados na temática do trânsito. O Guia está dividido em três eixos: ‘educação ambiental’, ‘prevenção e segurança’ e ‘primeiros socorros’. Ademais, possui vídeos instrucionais que complementam com novas informações e sugestões de atividades, bem como um Quiz que abarca os conteúdos conceituais e procedimentais. A técnica do Discurso do Sujeito Coletivo e a Técnica do Índice de Representatividade foram as metodologias utilizadas para a validação do produto entre os professores da Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Como resultados, identificamos que há uma significativa preferência dos professores pela dimensão do “saber sobre” em contraposição ao “saber fazer”, indo de encontro à Base Nacional Comum Curricular e outros documentos normativos, os quais orientam que os conteúdos de ensino devem ser trabalhados para além do domínio conceitual.