Acadêmica de Psicologia supera desafios com auxílio do Núcleo de Acessibilidade da URI

7 de dezembro de 2017

Com exceção de datas que foram criadas com objetivo puramente comercial, as demais buscam homenagear pessoas, acontecimentos históricos, etc. Muitas existem, porém, embasadas em centenas de razões, que buscam gerar reflexão, debate e conscientização a respeito de diferentes temas.

É o caso do 5 de dezembro – Dia Mundial da Acessibilidade. A data tem significado muito especial para a comunidade da URI Santo Ângelo, uma vez que o dia a dia é pleno de atitudes e comportamentos nesse contexto, alguns já institucionalizados, como é o caso do Núcleo de Acessibilidade.

 

 

E foi nessa semana, que a estudante de Psicologia Francieli Portela veio ao Campus à tarde para uma supervisão de estágio e aproveitou para visitar o Núcleo de Acessibilidade, comemorando o recebimento de sua nova carteira de identidade. Ela não gostava de saber que em seu documento (RG) constava “não alfabetizada” no espaço da assinatura, situação de registro que se devia ao fato de Francieli ser cega congênita e não ter, até então, conseguido construir uma forma de assinar seu nome.

Alfabetizada em braile, Francieli, desde quando era pequena, conhecia também as letras do alfabeto convencional, pois sua mãe a ensinava com recortes de EVA e na escola explorava letras feitas com lixas.

A universitária conta que procurou o Núcleo de Acessibilidade para aprender a usar sua bengala nos deslocamentos dentro do prédio 3, onde funciona o curso de Psicologia. Após frequentar aulas de Orientação de Mobilidade, começou a construir sua autonomia para andar pelo Campus. Nessa convivência com as profissionais do Núcleo de Acessibilidade, Francieli contou a história da identidade e, a partir de então, a educadora do Atendimento Educacional Especializado – AEE – Débora Scherer de Escobar planejou situações pedagógicas e recursos para que a jovem construísse sua assinatura em tinta. A estudante passou a utilizar uma guia de assinatura cujo tamanho correspondesse ao espaço disponível no documento de identidade. Após muita prática de escrita, agora com sua nova identidade, Francieli é só sorriso!

Dominando o uso do computador desde o Ensino Médio, Francieli encontrou dificuldade para consultar o portal do aluno no site da URI, pois o software NVDA faz a leitura de tudo o que está sendo visualizado na tela, de forma linear, ou seja, as informações, que não são lineares, se misturavam e ficavam incompreensíveis. Por esta razão, foi que o professor mestre da URI, Marcos Costa, desenvolveu um portal a ser lido linearmente pelo mesmo software. Mais um desafio superado.

Na foto, a partir da esquerda, Débora Scherer de Escobar- educadora do Atendimento Educacional Especializado- AEE e mestranda em Educação Especial (UFRGS) ; Kamila Perim – psicóloga institucional da URI; Francieli Portela, acadêmica do 8º período do Curso de Psicologia (URI) e Carina Streda – psicopedagoga coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da URI e doutoranda em Educação Especial (UFRGS).